Não é de hoje que o consumidor brasileiro reclama do preço do combustível. Como se não bastassem os impostos pagos na compra do carro ou moto, as prestações abusivas de financiamento e demais taxas, a cada passagem no posto para abastecer, o proprietário se depara com a dura realidade. Em média, um litro de gasolina custa mais caro que 1kg de legumes e tubérculos que consumimos no nosso dia a dia.

Além dos fatores internos, a atual guerra entre Rússia e Ucrânia vem contribuindo para a mais recente alta da gasolina. O conflito que vem ocorrendo no leste europeu impacta no Brasil por conta da conseqüente alta do preço do barril de petróleo.

Por que aumenta?

A Petrobras importa petróleo e derivados e repassa reajustes por conta da política de Preço de Paridade de Importação, adotada em 2016. O barril ficou mais caro por conta das sanções dos Estados Unidos e da União Europeia contra o petróleo e o gás exportados pela Rússia.

Tais medidas causam redução na quantidade desses produtos no mercado internacional. A conseqüência imediata disso é o aumento de preços.

A Rússia é o segundo maior produtor e exportador de petróleo do mundo.

Brasil “autossuficiente” 

O fato de existir no país uma empresa do porte da Petrobrás, uma das maiores do setor petrolífero do mundo e o Brasil depender de importação de petróleo pode causar algum estranhamento, mas isso se explica.

A razão dessa necessidade aparentemente estranha é o tipo de petróleo extraído e a insuficiência na capacidade de refino. Isso causa a necessidade de importação tanto de petróleo cru quanto

derivados como a gasolina.

Assim sendo, a Petrobras sente imediatamente o efeito de qualquer mudança no valor que paga pelo petróleo no exterior. Dói no bolso da empresa, dói no bolso do consumidor.

A PPI 

Outra razão que explica facilmente as altas do preço da gasolina é a variação da cotação do dólar, já que as negociações usam a moeda americana como parâmetro.

A além disso, o repasse da alta também ocorre porque a Petrobras adotou o chamado preço de paridade de importação (PPI) em 2016, durante o governo de Michel Temer.

Este modelo foi adotado após anos de governo Dilma  Rousseff (PT), que controlava os preços para segurar a inflação, mas acabou quase que quebrando a petroleira, que não podia repassar por completo aos consumidores o preço mais alto que pagava pelo petróleo importado.

× Como posso te ajudar?